No início de março, a Brinquedoteca e Ponto de Cultura Ludocriarte foi obrigada a suspender as atividades presenciais por tempo indeterminado por causa da pandemia. Ao longo de 7 meses desenvolvemos o atendimento às crianças, adolescentes e seus familiares de maneira remota: encontros pelo zoom, compartilhamento de conteúdos, distribuição de kits de artes, brincadeiras, músicas, jornalzinhos, podcasts etc.
Aproveitamos esse tempo também para
refletir e traçar estratégias para um eventual retorno presencial no próximo
ano. Dessa forma, decidimos executar uma das atividades da formação do Programa Social Itaú Unicef de forma presencial, com um número restrito de crianças e
adolescentes. Para tanto, observamos e seguimos as orientações da OMS para prevenção
da COVID-19.
A atividade foi voltada para a educação cartográfica e consistiu na elaboração
de um Mapa Afetivo do território de São Sebastião.
Mas o que é um Mapa Afetivo? É
uma representação do território que revela lembranças e percepções e
evidencia lugares como pontos que mais marcam a vida da pessoa na cidade,
sobretudo ao longo do seu cotidiano. Por meio da construção de um Mapa Afetivo
é possível facilitar o acesso a sentimentos em relação ao território onde se vive.
O processo de construção desse mapa é simples e divertido. Iniciamos apresentando para as crianças o conceito de território. O que define e delimita um lugar? Mostramos o mapa do Brasil, onde estão bem definidas as nossas fronteiras. Tudo que está dentro daqueles limites acaba nos definindo enquanto um povo, uma nação. Depois apresentamos o mapa do DF, onde foi possível identificar que ele também é dividido em vários territórios (composto por 33 Regiões Administrativas).
Uma temática bem ampla para se abordar. Entretanto, mantivemos o foco no nosso território: a RA XIV São Sebastião. Abordamos um pouquinho da história da cidade e depois apresentamos uma série de imagens aéreas onde pudemos passear um pouco por vários lugares que as crianças e adolescentes reconheceram muito bem.
O segundo momento da atividade
objetivou fazer um levantamento coletivo, por escrito, das impressões, sentimentos, histórias, experiências
pessoais, o que mais gostam e o que gostariam que melhorasse na cidade. Para facilitar, propomos 4 perguntas:
- 1. O QUE VOCÊ VÊ E OUVE DO CAMINHO DE CASA PARA A BRINCA E DE CASA PARA ESCOLA?
- 2. QUAIS OS LUGARES QUE VOCÊ MAIS GOSTA NA CIDADE? E O QUE FAZ NELES?
- 3. O QUE VOCÊ ACHA QUE PODERIA MELHORAR?
- 4. O QUE VOCÊ GOSTARIA DE TIVESSE EM SÃO SEBASTIÃO?
Nesse levantamento, surgiram reflexões e lembranças muito interessantes. Por exemplo, a Mallu, 12 anos, diz que “quando venho para a brinquedoteca, observo as placas, as pessoas, as mangueiras, árvores grandes e pequenas, uma loja de pintura, paradas de ônibus, lojas de bebidas e de coisas fitness e a placa Eu💜 São Sebastião.” Quanto aos lugares que mais gostam, a Dayane, 13 anos, respondeu: “Eu gosto de ir na praça, onde faço exercícios, caminhada e levo sempre meu cachorro para passear, gosto muito de ir na fazenda Taboquinha e gosto de tomar açaí no Gui, vou muito ao Jardins Mangueiral para visitar minha tia, aproveito para fazer caminhada por lá.” Também surgiram algumas reflexões sobre o que poderia melhorar aqui na cidade, o Rafael, 11 anos, diz que “poderia melhorar aqui em São Sebastião a quantidade de lixo nas ruas e a quantidade de pessoas empregadas, mesmo em tempos de pandemia, e a quantidade de árvores poderia aumentar e os buracos nas ruas diminuírem.” E os sonhos e desejos para esse nosso lugar foram ao infinito e além: unicórnios, praia, uma torre Eiffel, gigantes do bem, etc. Entretanto, mais escolas, bibliotecas, teatro, parques, lugares para brincar, cinema e cuidado com as áreas verdes, foram as respostas que mais apareceram.
Depois desse levantamento, foi hora de colocar a mão na massa. Utilizamos um tecido de algodão cru, E.V.A., cola, pinceis, tinta acrílica, canetinhas coloridas para tecido, barbante (tudo devidamente higienizado e separado individualmente) e muita criatividade para colocar no tecido a cidade que elas veem, sentem e vivem. As crianças e adolescentes escolheram então os lugares mais significativos para elas e partimos para uma arte coletiva, onde elas desenharam esses lugares. Surgiram diversas reflexões e perguntas durante esse processo, o que proporcionou um momento de muitas trocas e aprendizagem. Por meio desse processo colaborativo e criativo, foi possível criar um mapa que faz verdadeiramente sentido para as nossas crianças e adolescentes, possibilitando uma interação afetiva com o lugar e proporcionando sem dúvida um olhar mais atento e investigativo sobre o nosso território.
Olha só como ficou o nosso
mapa:
QUE TRABALHO LINDO , VENHA NOS CONTAR SUA HISTORIA SOU ERIKA FORMIGA , ENFERMEIRA AQUI NO CEARA E TEMOS UM PROGRAMA DE RADIO DENTRO DE UMA COMUNIDADE QUE É PONTO DE CULTURA E ACHEI INCRÍVEL ESSE MAPA AFETIVO QUE FOI CONSTRUIDO POR VOCES, ENTAO GOSTARIA DE SABER SE VOCE TEM INTERESSE EM NOS CONTAR VIA PROGRAmA DE RADIO DE FORMA REMOTA, MEU EMAIL erikaformiga@hotmail.com. vi sua postagem no facebook de Shirley
ResponderExcluirQue demais, Erika! Muito obrigado pelo convite! Entrarei em contato com você por email. Um abraço!
ExcluirFicou lindo o mapa. Parabéns, Isaac e todos da Brinca.
ResponderExcluirObrigado, Karla!! <3
ExcluirMaravilhoso!!!! Quer iniciativa linda! Que trabalho incrível! Muito fundamental que as instituições se abram para conhecer a cidade a partir do olhar das crianças. Parabéns Isaac e Brinca
ResponderExcluirAh, um elogio assim vindo de uma geógrafa brilhante como você, traz uma grande alegria. Obrigado, Luna! Tenho aprendido muito com vc. E fica o convite para vc geografizar aqui com a gente um dia.
ExcluirMaravilhoso!!!! Quer iniciativa linda! Que trabalho incrível! Muito fundamental que as instituições se abram para conhecer a cidade a partir do olhar das crianças. Parabéns Isaac e Brinca
ResponderExcluirQue inspirador esse trabalho! Parabéns!
ResponderExcluirMaravilha de trabalho!!!
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