É verão aqui no hemisfério sul. Coincidentemente é Natal também. Momento em que nos reunimos para celebrar a vida, cear, sentir a presença divina e perceber a nossa humanidade. Tradição que vem sendo transmitida geração após geração, desde tempos imemoriais, ressignificada pelo cristianismo e deturpada pelo capitalismo. Hoje em dia a relação com a natureza é coadjuvante e faz parecer insignificante o que acontece no cosmo. Simplesmente reproduz-se de maneira robotizada discursos e etiquetas. Para além disso, há a geografia e uma infinidade de signos a serem desvelados.
É linda a mensagem de amor e
fraternidade pregada pelo cristianismo, mas não podemos esquecer a que custo
impôs-se essa religião no mundo ocidental: várias outras sucumbiram, foram
suplantadas e/ou ignoradas. Ao resgatá-las, descobrimos o quanto elas ensinam
sobre quem somos, onde estamos e pra onde vamos, falam a linguagem da natureza
e reverenciam o mistério da imensidão e da nossa finitude.
Vencemos o dia mais longo e
iniciamos a jornada rumo a um novo ciclo que nos trará renovação, cura e
inundará nossos corações de esperança e amor. É o momento para permitirmos os
nossos sonhos fecundarem e se abastecerem dessa energia vital, mística e
poderosa que nos envolve, acolhermos nossas tristezas, deixarmos as alegrias
fluírem e nos conectarmos com a nossa verdadeira essência.
Boas festas! Bom início de verão!
Feliz Natal! Salve Mitra! Viva Pachamama! A-hô Guaraci! A pedra continua a
girar. ❤🌞🌻🌵✨🔥🌊
Isaac Mendes
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