Foto: Daniel Guedes |
Dia 20 de novembro, dia da consciência negra e dia internacional dos direitos das crianças. Dia também de nos despedirmos do projeto O direito de brincar, realizado ao longo dos últimos 14 meses pela Associação Ludocriarte, atendendo diretamente cerca de 110 crianças e adolescentes e beneficiando diversas famílias com doação de cestas básicas e atendimento psicoterapêutico. Mesmo no contexto de pandemia, nos mantivemos ativos e atuantes. Foi um processo repleto de desafios, mas também de muitos aprendizados. Conseguimos readaptar as atividades para o formato virtual e manter o vínculo, o afeto, a brincadeira e a cultura da infância pulsantes.
Uma parte dos Brincantantes |
Agradecimentos especiais a Nilário Pereira |
Para celebrarmos a vida, nossa identidade, a unidade e a despedida, realizamos um encontro para as famílias e as crianças e adolescentes, com música, poesia, brincadeiras, curtas e muitas trocas afetivas. Aproveitamos também para resgatar um pouco da nossa ancestralidade afro, onde falamos sobre algumas personalidades significativas dentro da luta pela consciência negra como Dandara, Nina Simone e Martin Luther King. Contamos também com uma belíssima apresentação de Cacuriá de Margot Ribeiro e Sherwin Morris, idealizadores de um dos principais movimentos da luta do povo preto no Distrito Federal, o Instituto Cultural Congo Nya. O curta Relicário também foi exibido, uma coprodução entre adolescentes e equipe Ludocriarte que fala sobre a estética e empoderamento negro. A banda Brincantantes também se fez presente e iniciou as atividades do dia com brincadeiras africanas.
As crianças participaram de uma
forma muito linda e super à vontade com o formato virtual. Destacamos a fala da
Natiely, 9 anos, que falou sobre a atividade de construção do mapa afetivo que
aconteceu presencialmente com um grupo reduzido de crianças. Ela foi uma das
crianças participantes e disse:
“Foi muito legal, porque a gente relembrou o tempo que a gente podia participar,
quando a gente podia ver todo mundo. Todo mundo sentiu falta dos abraços, todo mundo
sentiu falta da interação. Mesmo a gente estando ali, eu fiquei um pouquinho
mais ou menos. Sabe quando você se sente triste, mas se sente feliz? Porque eu
fiquei feliz por estar ali. Eu fiquei feliz por poder eu ir, mas a gente não
podia abraçar, sair correndo e pular e dar um abraço. Mas o importante que a
gente matou um pouquinho da saudade. Eu sentia muita falta e isso ajudou um
pouquinho a acabar um pouquinho com a saudade. Então, eu amei! Foi muito legal
e espero que quando voltar a brinquedoteca possa ser todo mundo e se não puder
estar junto que possa ser assim pelo zoom e que tenham outros encontrinhos
presenciais. Meu Deus! Eu fico nervosa em público. Tchau!”
Milena, 7 anos, recitou uma
poesia de sua autoria e deixou o nosso encontro ainda mais lindo:
"Concentrada e conectada com as plantas
Feliz, porque as plantas sempre renascem
Feliz das plantas renascerem
Uma flor é uma esperança
É uma arte"
(Poema da primavera)
As crianças também definiram em palavras o que esse ano representou pra elas:
Assim, nos despedimos de uma equipe muito comprometida que é essencialmente uma família brincante: André Nery do Nascimento, Caio Augusto Alves Brito, Daniel Guedes, Darli Santos, Denis Bueno, Gabriel de Sousa, Iogo Chirola, Isaac Mendes, Isabella Lucena, Jaqueline Almeida, Leidiane Andrade, Lora Vitória, Luiza Alencastro, Roberta Santos, Romy Morganti, Rose Almeida, Sara Dâmaris, Sílvia Helena e Vitória Alexandra.
A esperança transborda e nos dá um sinal que próximo ano voltaremos às atividades de forma presencial. Nossa equipe se despede deixando um abraço de até logo quentinho e cheio de amor em cada uma das crianças e adolescentes que fazem da Ludocriarte esse lugar tão especial e acolhedor.
E como muito bem colocou Sara
Dâmaris: “Um feliz encontro, uma feliz despedida para um feliz reencontro.”
A Ludocriarte é, porque nós somos!
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