segunda-feira, 14 de maio de 2018

Visita ao Santuário dos Pajés com as crianças da Ludocriarte

Maio nos proporcionou a oportunidade de imergir e fazer contato real com as nossas raízes indígenas.
Visitamos o Santuário dos Pajés, um dos mais importantes pontos de resistência da luta e da cultura indígena, localizado no final da asa norte, em Brasília, na única área que resta de cerradão e mata de galeria dentro do Plano Piloto.

Fomos recebidos por Fetxawe que nos apresentou um pouco da história do Santuário, relembrando a memória do seu pai, Santxie Tapuya, que foi uma das principais lideranças na luta pela permanência e consolidação da reserva, falou também sobre o Herbário Fitoterápico que por duas vezes foi incendiado por criminosos intimidadores, o abandono do poder público, sobre as muitas crianças que moram no Santuário e sobre as tradições de seu povo.

A natureza nos chamou a sentir toda a energia do lugar. Em roda e de mãos dadas, sob a sombra de frondosas árvores, os pés descalços nos permitiram sentir a terra vermelha, fina e morna e estabelecer uma conexão direta com o lugar.

Fomos convidados a conhecer o templo sagrado Hendjadwália Ehty que, em yathê, significa Casa de Deus. Em silêncio, adentramos o espaço construído em formato de cúpula com paredes de superadobe. O teto aberto permitia enxergar o céu e a copa das árvores, o chão úmido nos conectava ainda mais com o lugar. Ao centro, resquícios de uma fogueira e, nas paredes, imagens e símbolos de diversas religiões. Ficamos em estado de contemplação. Fetxá nos contou sobre a construção do templo e rituais que acontecem no espaço. Em seguida Santxie, Foá e Sak'k apresentaram músicas e danças do povo Fulni-ô cantadas em potente e ritmado yathê.

Foi uma experiência única que nos possibilitou viver na prática a cosmovisão indígena segundo os costumes tradicionais dos primeiros habitantes do país e a resgatar nossas raízes, potencializando assim o respeito e a solidariedade com os povos originários.

IEIONTÊ!

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