Dia 11 de Maio de 2015 foi um dia frio e triste para toda a comunidade de São Sebastião, principalmente para toda a equipe da Ludocriarte. Durante a madrugada dessa segunda feira um incêndio criminoso se alastrou pelas dependências do Espaço Criarte, que fica ao lado da 30ª DP, onde está instalado o Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para crianças de 6 a 14 anos, sendo este um convênio do GDF com a Associação Ludocriarte, habilitada a executar o projeto durante o ano de 2014.
Desde novembro, com o fim do conveniamento, as atividades foram interrompidas, ficando o espaço obsoleto. A Associação Ludocriarte aguarda o GDF assinar contrato para prosseguir com o projeto e voltar a atender as cerca de 300 crianças e adolescentes.
Porém, todo material adquirido para a execução do projeto (mesas, cadeiras, fogão, freezers, bebedouros, computadores, jogos, livros etc.)foi consumido pelas chamas. O forro de PVC desabou, as paredes e as cerâmicas ficaram pura fuligem. O Corpo de Bombeiros esteve no local e controlou o fogo evitando assim que o espaço não fosse completamente consumido pelas chamas. A perícia constatou arrombamento. Objetos foram roubados.
E isso tudo poucos dias após a Ludocriarte completar 10 anos.
Relembro como conheci e passei a integrar a equipe Ludocriarte.
Quando vim morar em São Sebastião, há pouco mais de 10 anos, minha casa ficava na 103, pertinho de onde nasceu essa menina, a Associação Ludocriarte - Brinquedoteca Comunitária & Ponto de Cultura do DF. A minha curiosidade por viver a cultura dessa comunidade começou a ser alimentada quando conheci o grupo que realizava saraus numa pizzaria. Dentre outros interesses, o xadrez sempre foi uma grande paixão, o que me levou até um projeto encabeçado pela Professora Leísa Sasso no CEM 01 (Centrão). O projeto chamava-se "Xadrez: o jogo da vida" e fui convidado a oferecer oficina de xadrez para os atores que iriam participar da peça. No dia da apresentação no CCBB conheci Cristiano Silva, vindo de Nerópolis, brinquedista da Ludocriarte e que iniciava aqui na city suas experiências audiovisuais. Ele fez algumas imagens e solicitei que ele compartilhasse. Nessa época nem orkut eu tinha, então, na semana seguinte fui até a Brinquedoteca pegar um disquete com as tais imagens.
A partir de então aproveitava todo o meu tempo livre (e nesse época eu tinha muito tempo livre) para frequentar aquele lugar. O espaço mágico, lúdico, transbordava cultura da infância. Como eu poderia contribuir? Xadrez, música, Origami... Descobri que lá, tudo aquilo que era apenas um hobby poderia ser ensinado, transmitido, compartilhado.
Desde novembro, com o fim do conveniamento, as atividades foram interrompidas, ficando o espaço obsoleto. A Associação Ludocriarte aguarda o GDF assinar contrato para prosseguir com o projeto e voltar a atender as cerca de 300 crianças e adolescentes.
Porém, todo material adquirido para a execução do projeto (mesas, cadeiras, fogão, freezers, bebedouros, computadores, jogos, livros etc.)foi consumido pelas chamas. O forro de PVC desabou, as paredes e as cerâmicas ficaram pura fuligem. O Corpo de Bombeiros esteve no local e controlou o fogo evitando assim que o espaço não fosse completamente consumido pelas chamas. A perícia constatou arrombamento. Objetos foram roubados.
E isso tudo poucos dias após a Ludocriarte completar 10 anos.
Relembro como conheci e passei a integrar a equipe Ludocriarte.
Quando vim morar em São Sebastião, há pouco mais de 10 anos, minha casa ficava na 103, pertinho de onde nasceu essa menina, a Associação Ludocriarte - Brinquedoteca Comunitária & Ponto de Cultura do DF. A minha curiosidade por viver a cultura dessa comunidade começou a ser alimentada quando conheci o grupo que realizava saraus numa pizzaria. Dentre outros interesses, o xadrez sempre foi uma grande paixão, o que me levou até um projeto encabeçado pela Professora Leísa Sasso no CEM 01 (Centrão). O projeto chamava-se "Xadrez: o jogo da vida" e fui convidado a oferecer oficina de xadrez para os atores que iriam participar da peça. No dia da apresentação no CCBB conheci Cristiano Silva, vindo de Nerópolis, brinquedista da Ludocriarte e que iniciava aqui na city suas experiências audiovisuais. Ele fez algumas imagens e solicitei que ele compartilhasse. Nessa época nem orkut eu tinha, então, na semana seguinte fui até a Brinquedoteca pegar um disquete com as tais imagens.
A partir de então aproveitava todo o meu tempo livre (e nesse época eu tinha muito tempo livre) para frequentar aquele lugar. O espaço mágico, lúdico, transbordava cultura da infância. Como eu poderia contribuir? Xadrez, música, Origami... Descobri que lá, tudo aquilo que era apenas um hobby poderia ser ensinado, transmitido, compartilhado.
Iniciei minhas atividades como voluntário e comecei a descobrir o mundo da pedagogia, participando de projetos estruturados pelo Paolo Chirola, ao lado de Magda Regina Rosa, pedagoga à frente do seu tempo e de uma alegria e empenho contagiantes. De músicos como o Zé Maurício que me ensinou a arte de contar histórias e das atividades musicais e de colaboradores como Rose Almeida, Adenize Paula, Das Dores,Ayõ Carli Ramos, Nigel Chan, Bia Estiano, Priscilla Sena, Silvério Gomes, PH Linhares, Jefferson Duprado, Isabela Lêda, Zaira Pinheiro, Maria Lucia Moraes Ono, Elizabeth Neves, Fatima Silva, Monica Nogueira, Anali Furquim Ribeiro, Alba, Eliane Paula Viana, Júlio César Cavalcante, Roberta Santos, Aline Nemer, Helio Pereira, Caroline Sepúlveda, Michele Silva, Melissa Barros, Thalia Rayane, Neide Silva, Alice de Pace, Aline Sobrinho, Julyene Lopes, Arthur Corrêa, Kesly Silva, Fernanda Gomes, Darli Santos, Adriana Silva, Andreza Lima, Gabriela Azevedo, Flavyane Costa Xavier, Nanda Fer Pimenta, Abner Roque, Rusllan Santos, Júnior, Lora Vitória, Patrícia, Mara, Nany Soares, Gethulio Silva, Karina Baptista, Jean Carlos, Francisco Júnior, Guilherme, Alice, Valnei Gustavo, Selene, Marinalva, Leidiane Soares, Erlandes, Leonardo, Marcela, Rosy, Congo Nya, Supernova, Casa de Paulo Freire... e tantos outros que direta ou indiretamente deram e dão sua contribuição para a construção desse sonho.
A equipe sempre foi bem grande. No início de cada ano nos mobilizávamos para fazer as reformas, desenhar nas paredes, consertar brinquedos, compartilhar a alegria de se sentir partícipe na construção de um novo mundo pautado na infância. No centro de aprendizagem vivencial do Edmar Leite tivemos e ainda temos a oportunidade de nos reconhecer como educadores e descobrir o universo do lúdico e do brincar. Na Unipaz, nos descobrimos como agentes da paz. Integrei a banda A 21 na qual cantávamos em alto e bom som "A paz é a gente que faz". Fazíamos teatro e ensaiávamos peças ao longo do semestre para culminarmos no Festival da Brinquedoteca, celebrando nossa cultura e nos reconhecendo enquanto sujeitos da história.
À noite a brinquedoteca, residência oficial de Cristiano Silva e Jeff Duprado, continuava sendo nossa e lá fundamos o clube do war, o cineclube da brinca, a noite do pastel e suas regras e base de sólidas amizades...
À noite a brinquedoteca, residência oficial de Cristiano Silva e Jeff Duprado, continuava sendo nossa e lá fundamos o clube do war, o cineclube da brinca, a noite do pastel e suas regras e base de sólidas amizades...
Quantas horas nos dedicávamos à "Brinca", brincando, sorrindo, vivendo, aprendendo, crescendo, sonhando, cantando, acolhendo, sendo acolhidos, enfrentando mais um dia, jogando war, descobrindo Nárnia, Uma ideia toda azul, a Palavra Cantada, celebrando a vida, garantindo direitos, espalhando felicidade e comendo pastel? Muitas! Horas em que estávamos simplesmente seguindo com o nosso compromisso de conservar e distribuir todo amor sincero, construindo a possibilidade de lembrar dos velhos tempos dizendo "aquele tempinho bom..."
Hoje passamos por um grande susto. Nossa "menina" foi violentada. Estamos ainda em choque. Estarrecidos com o ódio e a violência que assolam a nossa sociedade. Mas, como agentes da paz, sabemos que a paz é ativa, a paz é movimento e não vamos nos deter ante forças destrutivas. O poder da paz é maior e somos nós que fazemos do carrinho um caminhão, bola e peteca e seremos nós que faremos das cinzas a esperança de um novo mundo possível. Nossa resposta será mantermo-nos ativos, mobilizados e engajados na busca pela paz
Obrigado a todos que nos ajudaram e ajudam a educar nossa menina.
Temos muito ainda por fazer!
"Ouça bem o som que a palma da nossa mão faz
Elas vêm pedindo
Vem chamando pela paz, pois
A paz é a gente que faz
Rejeitar a violência
Respeitar o viver
Liberdade de expressão
E ouvir pra compreender, pois
A paz é a gente que faz
Preservar o planeta
Com solidariedade
A paz só se faz
com muita, muita generosidade, pois
A paz é a gente que faz
A paz é a gente que faz"
*Isaac Mendes é integrante da Ludocriarte. Atua hoje como Conselheiro Tutelar do Jardim Botânico.
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