3º Festival da cultura afro-brasileira e indígena: a igualdade nas diferenças


Tive a oportunidade de participar do "3º Festival da cultura afro-brasileira e indígena: a igualdade nas diferenças" que aconteceu no CEI 01 - São Sebastião (Centrinho), sábado passado (19/09/15). Uma belíssima festa onde as crianças foram as protagonistas. O maculelê, o axé, o afoxé, o jongo, o ijexá, o maracatu foi a trilha sonora escolhida para apresentar para comunidade a beleza da nossa cultura, das nossas raízes, da nossa história. 

Fez parte das atividades de formação para a ERER (Educação das Relações Raciais) duas oficinas, ministradas por mim, sobre a representatividade da população negra nos grandes meios de comunicação e nos livros didáticos. Temas como o racismo, o mito da democracia racial, a ideologia do branqueamento e a potencialidade do Ensino de História permearam nosso debate, que foi riquíssimo, diga-se de passagem.

Parabéns a Escola pela iniciativa e desejo que projetos como esse se espalhem pelas escolas da nossa comunidade. Pois se não relembrarmos, reeducarmos a sociedade eurocêntrica, racista, que faz o negro ter vergonha de ser negro, acreditaremos ingenuamente no mito da democracia racial no Brasil e as desigualdades continuarão a fazer parte da nossa História. Para que isso não ocorra, uma perspectiva histórica problematizadora, dialógica e democrática se faz necessário.

Sem uma ação efetiva da comunidade escolar que compreenda e faça compreender a sociedade multicultural em que estamos inseridos a população negra poderá acabar por assimilar o discurso do opressor, favorecendo a cultura de embranquecimento, imposta como ideal de realização pela ideologia dominante, em detrimento da sua própria tradição cultural.

A escola como lócus privilegiado para o processo educacional deve proporcionar e problematizar cotidianamente discussões a respeito das diferenças culturais e diversidade presentes, explicitando uma contra ideologia, favorecendo o reconhecimento e a valorização da contribuição africana, dando maior visibilidade e uma interpretação verdadeiramente democrática ao currículo e seus conteúdos, proporcionando assim uma educação mais crítica. Faz-se necessário também entender como se dá o Ensino da História dentro de uma sociedade capitalista, excludente, discriminatória, que conta apenas o seu lado da História.


Esse tipo de ação promoverá um conhecimento de si e do outro em prol da reconstrução das relações raciais, desgastadas pelas diferenças ou divergências étnicas, reconstruindo assim a alteridade nas relações sociais nas comunidades do nosso País.

Eu Isaac

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