terça-feira, 5 de março de 2013

Reflexões sobre movimento estudantil, gestão democrática, CAPe - FE - UnB




Começa a construção de um movimento de mobilização dos estudantes na Faculdade de Educação - UnB. Os semestres atípicos, recheados de greve, fazem do cotidiano dos estudantes uma verdadeira montanha russa e paramos pouco para pensar sobre questões que estão diretamente relacionadas à nossa formação. 
Estive no ano de 2012 como Coordenador cultural do  Centro Acadêmico da Pedagogia (CAPe) na gestão Educativa. São muitas as (auto) críticas que posso fazer a esta gestão e também são muitos os elogios. Começamos interessados em trazer melhorias para a FE, para o próprio CAPe e para o cotidiano dos estudantes. Tivemos decepções e conquistas ao longo de dois semestres. Não pude me dedicar à gestão cultural como pretendia. Afinal, ser trabalhador, militante, ativista e estudante exige muitos desdobramentos e algumas ações me deixaram um tanto quanto inflexível. Todavia sempre estive atento e alerta às questões da comunidade acadêmica da FE.
É sabido que são muitos os desafios que enfrentamos ao nos colocarmos como mobilizadores da gestão democrática, principalmente a de um centro acadêmico como o da faculdade de educação, repleta de pormenores burocráticos que despendem muita energia. Porém o aprendizado é enriquecedor.  É onde temos a oportunidade de (nos) conscientizar que somos seres políticos, exercer a cidadania, sobretudo a democracia, e a partir da nossa atuação no convívio universitário, futuramente como pedagogos, ensinar com propriedade o modus operandi da gestão democrática.  
Estou deveras entusiasmado que esteja se formando um grupo de pessoas mobilizadoras nesse período de transição entre uma gestão e outra; e me interessa conhecer um pouco mais do pensamento político que movimenta o grupo Pedagogia na Luta. Qual é essa luta? Contra o que/quem é essa luta? Já vejo e esboço mentalmente algumas respostas, mas ficaria feliz em poder dialogar sobre esses pontos.
Todavia, acho que a discussão mais séria que a Pedagogia na Luta enfrentará na construção de uma gestão democrática é primeiramente a da mobilização. Entender o que está por trás da atitude de não participação, que a meu ver se dê talvez pelo fato de vivermos numa sociedade culturalmente imersa no imediatismo e personalismo, parte de uma visão de mundo "Kista"; e muitas vezes vamos tentar fazer algo diferente e nos deparar com o ceticismo, com o pragmatismo. 
Observo que há uma linha de raciocínio que está sendo seguida, a começar pela discussão do que é e para que(m) serve um centro acadêmico. Concordo com a Daniela Sardote, integrante da chapa "PL" que irá disputar as eleições pelo CAPe, quando diz que mesmo sem ter muito conhecimento ainda sobre certos assuntos concernentes à Universidade ela quer participar e encontrar soluções para os problemas da FE. Acho que aí está o espírito de mobilização. É esta vontade que realmente movimenta e trás transformações. Tod@s temos algo a contribuir e somos elementos essenciais na construção de uma comunidade acadêmica, tão diversa e plural, mais participativa e cidadã. E o espaço democrático do CA é sem dúvida a representação dessa comunidade, no sentido de que há pessoas engajadas, outras nem tanto, umas que mobilizam, outras nem tanto, umas que trazem boas reflexões, propostas de debates, ideias, outras que executam, outras nem tanto. É essa pluralidade que a meu ver deve estar presente em um centro acadêmico e torne-o propício para discussão-reflexão-ação e assunção da responsabilidade de acatar e representar as decisões da maioria, sem nunca desistir de dar opiniões e apresentar propostas.
A comunidade da Faculdade de Educação precisa estar mais presente nas discussões que deliberam ações que são diretamente do nosso interesse (estrutura, currículo, projeto acadêmico, político pedagógico, cultura etc.) e apenas um grupo unido, engajado, compromissado, disponível e transparente pode trazer uma transformação nesse sentido. 
Estou onde haja democracia e transparência.


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