O fascículo apresenta os relatos das professoras do Paraná
que atuam no processo de ensino e aprendizagem da língua escrita, nas séries ou
ciclos iniciais do ensino fundamental. É um entrecruzamento de texto onde cada
unidade é fechada com um parágrafo síntese, aliando assim, a prática à teoria. Tem
como objetivos constatar a necessidade e a importância de uma ação pedagógica
que possibilite às crianças a participação em práticas sociais de letramento. Refletir
sobre diferentes possibilidades de ação pedagógica com o sistema de escrita, a
partir de contextos significativos de uso desse sistema. Identificar a leitura
como processo em que, mediados pelo professor, os alunos atuam como sujeitos
que produzem significados e sentidos. Reconhecer a importância de uma prática
textual que dê condições ao aluno de adequar o seu discurso aos diferentes
contextos interlocutivos e de assumir-se, verdadeiramente, como autor dos
textos que produz. Compreender a importância de um processo de formação que
garanta a todos os professores a vivência constante do tripé ação-reflexão-ação.
O primeiro e o segundo relato do fascículo complementar são os
das professoras que utilizam a escrita dos nomes das crianças como peça-chave
para que elas comecem a compreender o sistema de escrita e que pode ser
utilizado para o aprofundamento de algumas convenções. Atenta também para o
fato de que trabalhar o nome da criança já é uma forma de contextualizar a
atividade, já que todas as atividades que envolvam a escrita precisam estar
inseridas em contexto significativo, trazendo algo que pertence ao mundo
daquelas crianças. É importante fazer o registro dessas práticas desenvolvidas
em sala de aula.
Ainda no relato da segunda professora, ela mostra aos alunos
de uma forma bem criativa a importância do ouvir que faz parte da competência
comunicativa do falante, fazendo-o participar do processo interlocutivo.
Há aqueles alunos que às vezes ficam meio tímidos de
participarem das atividades que envolvam essa interlocução, muita das vezes por
terem uma maneira de falar que é criticada. E algumas escolas ainda mantem a
postura de valorizar a língua culta. A sociolinguística nos ensina que não há
uma maneira certa ou errada de falar; também não existe uma única forma de
falar e nem dá para desconsiderar os muitos dialetos e as variedades linguísticas,
deixando de lado certos preconceitos. A escola é lugar de aprendizado, o que deve
ser feito é explicar que existem maneiras de se falar, umas mais, outras menos
monitoradas e explicar que há situações mais adequadas para se empregar cada
uma. Observemos o modo de falar dos nossos alunos.
Outra forma de introduzir as crianças ao mundo da leitura,
estimulando a expressão oral verbal e escrita, é através de gêneros textuais
como canções, parlendas, trava-línguas, adivinhas, que permitem a elas tanto a
descoberta das relações sonoro-gráficas, como as possibilidades combinatórias
das unidades linguísticas.
Conhecer a história e experiências de vida dos alunos é uma
boa forma de ajuda-los a superar sentimentos adversos, valorizando-se e
acreditando em si mesmo, que é uma condição importante para qualquer
aprendizagem cognitiva. Lembrando que é graças a uma ação oral ou escrita que o
aluno consegue produzir discursos que expressem esses sentimentos. O professor deve
buscar essas informações sobre as potencialidades, conhecimentos, habilidades e
dificuldades dos alunos, utilizando-as nos planejamentos das atividades.
A escolha dos gêneros discursivos ou textuais decorre das
necessidades imediatas dos sujeitos que atuam no processo interlocutivo. O professor
deve trabalhar variados gêneros textuais.
A leitura contribui na formação linguística e constituição do
sujeito leitor. Prática e estratégias de leitura devem ser utilizadas no
processo de produção de sentido que se dá a partir de relações sociais ou
dialógicas entre os sujeitos.
Há algumas estratégias que podem ser trabalhadas em sala de
aula como: estratégia de antecipação, de inferência, de verificação. Se valer
do conhecimento prévio é uma forma também de estratégia de leitura.
Mas a leitura precisa fazer sentido para o aluno. Dá pra se
trabalhar diferentes gêneros textuais e mostrar para turma o porquê de lê-los.
E é importante que o aluno saiba que ler um texto informativo é diferente de ler
uma instrução, uma notícia ou uma história. A escola deve oportunizar ao
educando condições de vivenciar a funcionalidade de cada gênero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário