Resenha. FERREIRA, Maria Beatriz. Fascículo Complementar. UEPG. Pró-Letramento: Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental: Alfabetização e Linguagem. Ed. rev. e ampl. Brasília: MEC/SEB, 2007.


          O fascículo apresenta os relatos das professoras do Paraná que atuam no processo de ensino e aprendizagem da língua escrita, nas séries ou ciclos iniciais do ensino fundamental. É um entrecruzamento de texto onde cada unidade é fechada com um parágrafo síntese, aliando assim, a prática à teoria. Tem como objetivos constatar a necessidade e a importância de uma ação pedagógica que possibilite às crianças a participação em práticas sociais de letramento. Refletir sobre diferentes possibilidades de ação pedagógica com o sistema de escrita, a partir de contextos significativos de uso desse sistema. Identificar a leitura como processo em que, mediados pelo professor, os alunos atuam como sujeitos que produzem significados e sentidos. Reconhecer a importância de uma prática textual que dê condições ao aluno de adequar o seu discurso aos diferentes contextos interlocutivos e de assumir-se, verdadeiramente, como autor dos textos que produz. Compreender a importância de um processo de formação que garanta a todos os professores a vivência constante do tripé ação-reflexão-ação.
O primeiro e o segundo relato do fascículo complementar são os das professoras que utilizam a escrita dos nomes das crianças como peça-chave para que elas comecem a compreender o sistema de escrita e que pode ser utilizado para o aprofundamento de algumas convenções. Atenta também para o fato de que trabalhar o nome da criança já é uma forma de contextualizar a atividade, já que todas as atividades que envolvam a escrita precisam estar inseridas em contexto significativo, trazendo algo que pertence ao mundo daquelas crianças. É importante fazer o registro dessas práticas desenvolvidas em sala de aula.
Ainda no relato da segunda professora, ela mostra aos alunos de uma forma bem criativa a importância do ouvir que faz parte da competência comunicativa do falante, fazendo-o participar do processo interlocutivo.
Há aqueles alunos que às vezes ficam meio tímidos de participarem das atividades que envolvam essa interlocução, muita das vezes por terem uma maneira de falar que é criticada. E algumas escolas ainda mantem a postura de valorizar a língua culta. A sociolinguística nos ensina que não há uma maneira certa ou errada de falar; também não existe uma única forma de falar e nem dá para desconsiderar os muitos dialetos e as variedades linguísticas, deixando de lado certos preconceitos. A escola é lugar de aprendizado, o que deve ser feito é explicar que existem maneiras de se falar, umas mais, outras menos monitoradas e explicar que há situações mais adequadas para se empregar cada uma. Observemos o modo de falar dos nossos alunos.
Outra forma de introduzir as crianças ao mundo da leitura, estimulando a expressão oral verbal e escrita, é através de gêneros textuais como canções, parlendas, trava-línguas, adivinhas, que permitem a elas tanto a descoberta das relações sonoro-gráficas, como as possibilidades combinatórias das unidades linguísticas.
Conhecer a história e experiências de vida dos alunos é uma boa forma de ajuda-los a superar sentimentos adversos, valorizando-se e acreditando em si mesmo, que é uma condição importante para qualquer aprendizagem cognitiva. Lembrando que é graças a uma ação oral ou escrita que o aluno consegue produzir discursos que expressem esses sentimentos. O professor deve buscar essas informações sobre as potencialidades, conhecimentos, habilidades e dificuldades dos alunos, utilizando-as nos planejamentos das atividades.
A escolha dos gêneros discursivos ou textuais decorre das necessidades imediatas dos sujeitos que atuam no processo interlocutivo. O professor deve trabalhar variados gêneros textuais.
A leitura contribui na formação linguística e constituição do sujeito leitor. Prática e estratégias de leitura devem ser utilizadas no processo de produção de sentido que se dá a partir de relações sociais ou dialógicas entre os sujeitos.
Há algumas estratégias que podem ser trabalhadas em sala de aula como: estratégia de antecipação, de inferência, de verificação. Se valer do conhecimento prévio é uma forma também de estratégia de leitura.
Mas a leitura precisa fazer sentido para o aluno. Dá pra se trabalhar diferentes gêneros textuais e mostrar para turma o porquê de lê-los. E é importante que o aluno saiba que ler um texto informativo é diferente de ler uma instrução, uma notícia ou uma história. A escola deve oportunizar ao educando condições de vivenciar a funcionalidade de cada gênero.

Eu Isaac

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Instagram